quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sobre idas e vindas

     Mais uma noite aqui, neste hospital... As horas não passam, o corpo, exausto, não consegue relaxar. Os sons do hospital assustam... De repente, ouvimos gritos pelo corredor. Uma filha chora a perda da sua mãe. Fui consolar a moça, sem saber exatamente o que falar... Na dúvida, um abraço sempre é o melhor discurso.
     Não fomos preparados para isso. A separação é dolorosa, a saudade corrói, o vazio é incomensurável. Só conhece essa dor aquele que já teve que enfrentá-lá.
     Mas tenho aprendido e repetido isso constantemente: a nossa tristeza não pode ser comparada à alegria daquele que vai para a eternidade. Nós, que somos salvos e conhecemos ao Deus Eterno, temos esta certeza. É "voltar pra casa", é gozar de uma vida plena, feliz, sem o sofrimento que encaramos aqui. Para Deus, pouco importa a forma como ele chama os seus: se é de repente, dormindo, num acidente, após dias num leito de hospital... Nós é que classificamos a morte numa escala de sofrimento. Mas Deus só quer mesmo receber este amado em seus braços.
     E, dessa forma, nos braços do Pai Eterno, que estão tantas pessoas queridas e especiais. Nenhum desses trocaria a alegria de estar no céu com a oportunidade de voltar e realizar os sonhos não concluídos.
     Jesus está voltando a todo instante. Volta para o vizinho, para o amigo da faculdade, para um ente querido... com estes, não temos mais com que nos preocupar. Precisamos, sim, escolher agora para onde queremos ir depois de partir.
     Eu já escolhi. "Vó, pode me esperar aí... daqui a pouco estaremos juntas"...