Tantos planos traçados para 2014... Nunca poderia imaginar terminar o primeiro semestre desse jeito: uma lacuna enorme chamada Léa.
Foram seis meses, desde o diagnóstico até o dia em que ela, minha mãe, "voltou pra casa". Só no mês de maio, foram duas internações. Em Junho, a última, literalmente. Ela foi forte até o último momento, mesmo quando dizia o contrário. Ah, mamãe... Sua "fraqueza" me ensinou que EU era mais forte que pensava, ao mesmo tempo em que me sentia fraca diante do seu choro. Como você me ensinou!
Hoje, parece mentira que tudo aconteceu. Às vezes me pego tomando o caminho do hospital, como se estivesse indo vê-la. Às vezes tenho a impressão de que ela ainda está lá, que é uma questão de tempo para que receba alta e volte pra minha casa, pra que eu cuide dela. Não demora muito e a sensação de vazio chega. Vou para o seu quarto e não a encontro. Não tenho mais suas roupas aqui, nem seu cheirinho, nem seu riso solto, contagiante, nem o afago gostoso em minha cabeça... O furacão passou e levou minha mãe com ele.
E como acontece em lugares devastados por furacões, é preciso recomeçar. Eu, em particular, preciso sair dos escombros e me erguer, apesar das feridas, da dor, do medo... É preciso sacudir a poeira, recolher o que restou da força que tinha e seguir. É um novo ciclo, uma nova etapa e, sem dúvida, um grande desafio.
O que me espera na próxima curva da estrada? Eu não sei... e só saberei se tomar a decisão de sair do lugar. Um passo de cada vez, um dia após o outro... E assim, a caminhada, por si só, trata de mostrar as próximas lições de vida que tenho que aprender.
Enquanto isso, vou caminhando... E você, Pretinha, não esqueça: vamos nos encontrar em breve... Me espera, que eu estou chegando.
sábado, 5 de julho de 2014
Depois do furacão
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