sexta-feira, 20 de abril de 2012

Qual é o objeto da sua paixão?

     "Finalmente! Encontrei minha 'cara-metade'! Ela é maravilhosa, é linda, carinhosa, nunca poderia imaginar que um dia teria chances com ela... Meus amigos ficam de queixo caído quando a conhecem. Brigas? Que nada! Isso não importa, o que importa é estar com ela. Ela é perfeita! Estou vivendo o melhor momento da minha vida! Morram de inveja de mim! Estou apaixonado"!

     "Finalmente! Encontrei minha 'cara-metade'! Ela é maravilhosa, linda, carinhosa, nunca poderia imaginar que um dia teria chances com ela. Meus amigos a adoram assim que a conhecem. Brigas? Claro que acontecem! Discutimos muito, nos afastamos e depois voltamos, mas nunca nos faltou respeito. Ela é cheia de defeitos e eu não sou diferente, mas a gente se entende... Todos percebem como eu mudei: estou feliz! Ela me faz feliz... Estou apaixonado"!

     Depois de ler os dois casos, você pode ver a diferença entre eles? Estive pensando muito sobre este assunto: "por quem" estou apaixonada? Ou "pelo quê" estou apaixonada? Já escrevi sobre isso outra vez (http://claudicorrea.blogspot.com.br/2011/09/o-amor-e-mais-que-isso.html), mas de forma mais abrangente, falando sobre o amor. Posso afirmar que o amor é muito mais que "estar apaixonado". Sem recorrer aos conceitos de amor e paixão, que todo mundo já sabe. Também não pretendo, com isso, impor minha verdade como absoluta. Minha intenção é justamente provocar um estado de reflexão diante daquilo que estamos vivendo. Sim, porque ninguém pode dizer que não está apaixonado. Tudo que nos move é a paixão, em maior ou menor intensidade. O problema é que, quase sempre, não reconhecemos o objeto da nossa paixão.
     Nos dois casos do início do texto, podemos ver que na 1ª situação, o indivíduo está fascinado pelo fato de "estar apaixonado". Provavelmente nunca tenha vivido uma situação assim. A situação que está vivendo é apaixonante, não importa quem faz parte deste cenário (no caso, a namorada). O que importa, na verdade, é manter o status atual. Os problemas não interessam, desde que continue "apaixonado". Analisando mais profundamente, me arriscaria a dizer que tal pessoa possui uma autoestima muito baixa, mas já que conseguiu o que sempre quis, anula-se e ignora os fatos alegando estar apaixonado. Faça a sua própria análise. Muitos aspectos podem ser analisados, mas fica a seu critério.
     No 2º caso, o "estar apaixonado" não é superficial. Não está relacionado a uma situação perfeita, nem a uma pessoa perfeita. Pelo contrário: o indivíduo reconhece que passa por momentos de estresse (momentos pelos quais ninguém gosta de passar), que sua namorada não é perfeitinha, que não vive um conto de fadas. Mas mesmo assim, com todos os altos e baixos, reconhece que está apaixonado... POR ALGUÉM. Aí está a diferença!
     Quando estamos apaixonados por uma situação, esta pode ser algo atual ou não. Podemos estar apaixonados por uma história de amor vivida que não voltará mais. Ou ainda por uma possibilidade, por um desejo, uma fantasia... O perigo está em ficarmos tão apaixonados por estas situações ao ponto de não percebermos as pessoas apaixonantes que se aproximam de nós. O choque de realidade pode chegar quando nos percebermos sozinhos, apenas com nossos sonhos. Então, pode ser tarde...
     Por isso, apaixone-se, viva e ame! Mas saiba reconhecer o objeto da sua paixão antes que seja tarde demais...

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