No decorrer dos anos, pessoas, acontecimentos e outra série de fatores externos e internos ajudam a moldar nosso caráter. São conselhos e correções, gestos, sorrisos, imagens e acontecimentos preciosos que levaremos em nossa bagagem até o fim da jornada. E como em uma grande viagem, alguns itens dessa bagagem podem ficar para trás, caindo no caminho ou, simplesmente, se perdendo.
Algumas vezes, deixamos coisas valiosas para trás, mas por nossa própria vontade. Bom exemplo disso são as amizades. Quantas pessoas nós deixamos para trás e, por orgulho, não voltamos para recuperá-las? Situações mal-resolvidas, histórias mal-contadas, e sempre ele, o orgulho, nos impedindo de resolve-las. Infelizmente, o tempo não volta e não pára. Portanto, cada minuto é precioso e pode ser decisivo em relacionamentos. Nem sempre é fácil voltar; pedir perdão e perdoar são atitudes igualmente difíceis. Mas se não recuperarmos esses “itens” da nossa bagagem, eles nos farão falta adiante e aí, pode ser tarde demais.
Ninguém consegue viver sem amigos. Deus nos criou para vivermos em sociedade (Ec 4.9-12). Dessa forma, exercemos a tolerância e o respeito mútuo. E ninguém passa em nossa vida sem um propósito, até mesmo aquelas pessoas que conhecemos por acaso, como numa fila de banco. É só estar atento às lições que a vida nos coloca a conhecer.
A vida é uma escola e todos somos alunos e mestres. Ora estamos aprendendo, ora ensinando. E, de certa forma, também fazemos parte da bagagem de alguém. Mas que tipo de peças nós somos? Aquelas de primeira necessidade, que estão na bagagem de mão, sob os cuidados do viajante? Ou talvez, as outras, não menos importantes, mas cuidadosamente arrumadas numa grande mala e esperadas ansiosamente no desembarque? Há, porém, aqueles itens que são considerados “menos importantes” ou mesmo “descartáveis”; estes são dispensados ao arrumar a bagagem, pois ocuparão espaço sem necessidade. Esse tipo de peça ninguém deseja ser!
Se pararmos pra pensar, veremos que nem sempre valorizamos as pessoas que convivem conosco. Devemos pensar em como temos contribuído na caminhada do nosso próximo. Temos sido um fardo difícil de levar, uma “mala sem alça”, ou uma bagagem cheia de tesouros?
Deixo, então, um pensamento que deve fazer parte da nossa vida: “Torna-te necessário a alguém.” – Emerson (1803-1882)
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