quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Saudades de quem não sou (I)

     Aquele parecia ser um dia como outro qualquer. Estava tudo igual. Levantou-se da cama, tomou seu café fraco com torradas, trocou a água do cachorro e pôs um pouco mais de ração para ele. Tomou nota: "Preciso marcar o veterinário para Athila. Ele quase não está se alimentando... alguma coisa está errada". Pregou o lembrete na geladeira, afagou o cão e se preparou para sair.
     Durante o percurso habitual, apanhou sua agenda e conferiu as atividades do dia. Este prometia ser cheio... "Nossa! Hoje é o aniversário da minha mãe!", lembrou, e imediatamente ligou para ela do seu celular. Neste momento, sentiu um solavanco anormal no ônibus e antes que pudesse entender o que estava acontecendo, viu tudo rodar e, em seguida, escurecer...
     Atordoada e com uma forte dor de cabeça, abre os olhos, que ainda anuviados lhe indicam que está em um hospital. Olha ao redor, máquinas e leitos, aquele cheiro  característico de um ambiente hospitalar... mas por quê? O que estava acontecendo? Tentou chamar alguém, mas a voz não saía. Tentou se levantar, mas na primeira investida, sentiu seu corpo como que se partindo ao meio. Alguma coisa muito grave aconteceu, mas não sabia exatamente o quê. Neste momento, uma enfermeira entra no quarto para aplicar sua medicação. Vendo sua agitação, a enfermeira tenta acalmá-la dizendo que ela havia sofrido um grave acidente, mas que agora estava fora de perigo, mas sua recuperação seria lenta. Ainda sem saber o que pensar, mais alguém entra no quarto. Uma mulher alta e visivelmente transtornada aproxima-se da sua cama e, chorando, a chama de filha.
     "Filha"? Quem é essa mulher? O que está acontecendo, afinal?
    

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