terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Faxina anual 2013 / 2014

     Mais um ano se vai e com ele todas as "faxinas" que fazemos. Faxina real, aquela que você faz jogando fora inúmeros papeis, notas e bugigangas que há pouco julgávamos indispensáveis. Não podemos esquecer da faxina mental... Mas essa é mais trabalhosa, sem dúvida! Por mais que você tente jogar algumas coisas fora, inevitavelmente, elas voltarão. Nunca é uma faxina bem feita...
     E, como em todo fim de ano, começamos a nossa própria retrospectiva. E é interessante o fato de que registramos muito mais e melhor os acontecimentos ruins. Tristezas, decepções, desencantos, perdas... Não que sejamos incapazes de pontuar momentos bons, mas parece que pontos negativos possuem uma âncora que se agarra à mente e impede que este barco de tristezas se vá. Isso é inerente ao ser humano, pelo menos em sua maioria.
     Algumas pessoas mais "pollyanizadas" conseguem ver o lado bom de tudo, até em uma desgraça. Sinceramente, nem sempre estou no clima de Pollyanna. Às vezes quero chorar mesmo, ficar aborrecida, desacreditar na vida... Não dá para mentir o tempo todo, principalmente para nós mesmos. Mas quero tentar, a cada passo, olhar o que cada revés pode me ensinar, o que posso tirar de positivo. É uma tarefa fácil? Absolutamente  NÃO! Mas, se é para começar um ano novo, que seja tentando coisas novas.
     Aprender com os erros, valorizar o aprendizado em toda e qualquer situação, ser mais gentil, superar seus próprios limites... Quem nunca pensou em fazer isso? Pois foi assim que, na minha faxina mental, resolvi "repaginar" minha sala de projetos mentais. Pintei com cores vibrantes e alegres, pendurei quadros com borboletas e flores, troquei as cortinas e abri as janelas para deixar entrar a brisa do novo ano. Dessa forma, vou procurar pontuar e registrar cada conquista. Só pelo fato de querer manter na memória aquilo que me trará esperança.
     Feliz Ano Novo para todos!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

De creer en tí

Puede ser que tal vez
Mañana el sol no vuelva a aparecer
Puede ser que quizás
Lo que yo fui lo puedan olvidar

Pero yo no perderé la fe
Ni dejaré

De creer en Ti
De creer en Ti
De rodillas frente a Ti
Voy a vivir

Yo sé que jamás dejaré
De creer en Ti

Puede ser que el dolor
Un día se convierta en amor
Puede ser que al final
En vez de angustia todo sea paz

Cuando venza el bien
A la maldad
Quién dejará?

De creer en Ti
De creer en Ti
De rodillas frente a Ti
Voy a vivir

Podrá todo un día acabar
Pero siempre
Para siempre
Viviré por Ti

Creeré en Ti
Creeré en Ti
De rodillas frente a Ti
Voy a vivir

Yo sé que jamás dejaré
De creer en
Oh...de creer en
De creer en Ti



quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Deus me livre!

De um coração ambicioso, soberbo e maquiavélico... DEUS ME LIVRE!

De uma vida mesquinha, de um amor sem vida e de um amigo falso... DEUS ME LIVRE!

Da falta de paciência, da intolerância, da arrogância e da altivez... DEUS ME LIVRE!

Da frieza e da insensibilidade à dor alheia... DEUS ME LIVRE!

E que DEUS ME LIVRE, acima de tudo, dos humanos desumanos, cujo AMOR desconhecem e, por isso, têm aparência de que vivem, mas não passam de sepulcros caiados, cheios de morte e podridão.

DEUS ME LIVRE do mal!

Amém!

domingo, 3 de novembro de 2013

E se fosse agora?

     E se, de repente, chegasse a sua conta? Não aquela conta do restaurante, com o registro dos seus gastos, quem sabe até dos excessos da noite... Falo de outra conta...
     E se chegasse a conta da sua vida?
     É comum ouvirmos nos testemunhos de EQM's as pessoas dizerem que viram suas vidas passarem diante dos seus olhos em frações de segundos. Ou ainda, que tiveram a oportunidade de rever algumas situações que precisavam ser resolvidas antes de "fecharem a conta". O fato é que vivemos sem pensar na morte. Creio que se nosso pensamento mudasse, muitas atitudes também mudariam.
     A primeira coisa que seria mudada diz respeito aos relacionamentos. Ouviríamos mais "eu te amo", veríamos mais abraços, haveria mais solidariedade, mais humanidade. Se pensarmos que a qualquer momento podemos partir, certamente viveremos mais intensamente nossas relações.
     Por outro lado, por que não pensar o contrário? Em vez de partirmos, se alguém que amamos repentinamente for retirada de nós? É outra situação igualmente desesperadora! Será que eu demonstrei todo o amor que sentia? Será que ele (ou ela) sabia o quanto era importante para mim?
     Fato é, caros amigos, que uma hora a conta chega e teremos que prestar conta de tudo que vivemos... Se é que realmente vivemos ou simplesmente passamos pela vida.
     Eu só peço a Deus a oportunidade de ser uma pessoa melhor, dia após dia. Quero ser sincera comigo mesma, com as pessoas que me cercam, demonstrar meus sentimentos sem medo e trazer alegria para vida de alguém, nem que seja por um dia. Preciso ser alguém de quem as pessoas se lembrem com alegria, com saudade, e não com alívio por ter partido. Preciso ser alguém que deixe um legado, que deixe passos a serem seguidos, que deixe bons exemplos, que deixe boas sementes plantadas em muitos corações... Sementes que germinarão e darão origem às árvores de alegria, de compreensão, de dedicação ao Senhor, de paciência... Quando tiver que fechar a conta, quero fazê-lo de cabeça erguida e com a consciência de que nada ficou para trás, que a ninguém fiquei devendo nada além do amor.
     E se fosse agora?
     Iria feliz...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Quem eu não sou

     Preenchendo um formulário hoje, fiquei parada em uma pergunta: "Quem é você?". Perguntas desse tipo geralmente são complicadas de responder. Um "Fale sobre você" em uma entrevista de emprego é algo desesperador! Mas, infelizmente, todos nós, em algum momento da vida, teremos que parar para responder essas questões...
     E, por falar em parar, cá estou a pensar em como me descrever. Fisicamente, poderia falar minhas características, da forma como as vejo. Talvez meu espelho seja diferente dos olhos que me veem, talvez discordemos em determinados aspectos... Psicologicamente, minha descrição também seria motivo de discordância. Falar das coisas que eu gosto talvez seja uma forma de me descrever... Ou não.
     O fato é que estou, atualmente, descobrindo quem eu NÃO SOU. E uma dessas coisas que eu não sou é fraca. Isso mesmo... Tenho passado por tantas situações de tensão que nem posso descrever. Já passei por dores terríveis, físicas e sentimentais... Aquelas dores que você pensa que não vai suportar, aquelas que você não desejaria a ninguém, tamanho o sofrimento. Mas, depois disso, você descobre-se "sobrevivente". Às vezes, nem acredito que passei por tanta dor... Já vi pessoas jogando a toalha por muito menos. Confesso que a vontade é grande, porque quando se está na lona, o sangue vertendo, o corpo se contorcendo e sem voz para pedir socorro, a vontade é bater no tatame e desistir de lutar. O grande lance é que não conhecemos nossos próprios limites. Pensamos que sim, mas somos surpreendidos em situações que nos colocam à prova. O forte mostra-se fraco, e vice-versa. Podemos imaginar nossa reação em determinadas situações, mas só teremos certeza de quem somos realmente se colocados à prova.
     Hoje eu sei que sou mais forte do que imaginava, mas que também não sou forte o tempo todo. Também preciso chorar, preciso de colo, preciso me esconder em um lugar seguro...
     Hoje eu sei que não sou imune às críticas, mas consigo aproveitá-las para me aperfeiçoar. Só não lido muito bem com a autocrítica.
     Hoje eu sei de muitas coisas. Coisas que não gostaria de saber, pelo menos não pela própria experiência, e coisas que aprendi observando a experiência de outros.
     Hoje, e SÓ HOJE, posso falar quem sou ou não...
    

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ah, traição...

https://www.youtube.com/watch?v=0rIi3D-edG8&feature=youtube_gdata_player

sexta-feira, 14 de junho de 2013

E se fosse verdade?

     E se, de repente, nos fosse dada a oportunidade de voltar no tempo?
     E se, nessa viagem, você pudesse rever seus erros para não cometê-los outra vez?
     E se você pudesse voltar naquele primeiro beijo especial?
     E se você pudesse voltar naquele "dia inesquecível", revivê-lo e parar o tempo exatamente ali?
     E se você pudesse apagar todas as cenas que hoje te trazem lembranças ruins?
     E se você voltasse e percebesse que não gostaria de mudar nada?
     E se fosse verdade que o tempo cura todas as coisas?
     E se fosse verdade estarmos juntos agora?
     E se você e eu fôssemos nós?

quinta-feira, 13 de junho de 2013

E viva o tempo!

     Todo mundo diz que o tempo cura todas as coisas. Particularmente, estou vivendo a exceção da regra. Na verdade, o tempo passa e com ele, a gente aprende a conviver com a dor. Como ela passa a set parte de você, você tende a pensar que o tempo curou a dor, mas não... COMIGO, o remédio do tempo já não faz efeito, perdeu a eficácia, passou da validade.
     Mas uma coisa não podemos negar: o tempo passa. E como passa rápido! E já que estamos viajando no tempo, não custa sentar na janela e apreciar um pouco a paisagem que está a nossa volta. É possível desligar um pouco, e simplesmente olhar para fora de si, para fora da dor. Você vai ver que até consegue se divertir e sorrir um pouco! Claro que, de vez em quando, principalmente à noite, você vai se recolher, voltar pra dentro de si e encarar a sua realidade. Daí vêm as lembranças, os flashes... Mas sempre haverá um novo dia, não importa quanto tempo sua noite vai durar... Um dia belo e ensolarado vai chegar pra você, e quando ele vier, viva!
     Viva o tempo que, mais uma vez, cumpriu sua missão: ele passou.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Porque detesto esse "dia"

     Por que detesto datas comerciais? Por motivos óbvios: são puro comércio. Dia da mães, dos pais, das crianças, Natal, dia dos namorados... Também não gosto de aniversários, principalmente o meu. Ranzinza, eu? Talvez... Mas tudo tem um porquê, ainda que sob a minha lógica.
     Não preciso de uma data especial para dizer a alguém que a amo, ou para dar um presente. Os presentes mais significativos são simples, e na maioria das vezes, não custam nada. São aqueles bilhetinhos com um "você está linda hoje, professora!", ou um bilhetinho simples que você encontra por acaso na sua agenda escrito "eu te amo"... São presentes que não podemos comprar. Uma vez, programaram a agenda do meu celular para despertar com lembretes desse tipo. Foi uma supresa maravilhosa e inesquecível! E nem foi meu namorado, mas conseguiu me conquistar, me cativar... Uma ligação inesperada, só pra você ir para a janela do seu trabalho porque seu amor vai passar por ali e te dar um "tchauzinho", faz brotar um sorriso inconfundível em seu rosto. Um café da manhã inesperado, um bombom sobre a sua mesa, um coraçãozinho desenhado no chão, na sua vaga do estacionamento... Não precisamos de muito para ser feliz e fazer alguém feliz.
     Mas já passei datas comemorativas com o coração vazio. Infeliz, mesmo. Porém, a regra manda que os aniversariantes estejam felizes, que os namorados sejam apaixonados e que, no Natal, todos são sejam caridosos. Odeio essas datas simplesmente pelas regras impostas a elas e pela discriminação sofrida quando não estamos "no clima". O pior-melhor presente que já recebi foram rosas que acabaram voando pela janela do carro. O pior presente que eu já dei talvez tenha sido um sorriso apaixonado quando, na verdade, eu não estava.
     As datas não me dizem nada. As atitudes tornam datas especiais, não o contrário.
     Por isso, minhas datas comemorativas não estão em calendários convencionais.
     E por isso, eu não gosto de datas comemorativas tão mesquinhas. O que eu quero ainda não tem nome...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O último espetáculo

     "E assim começa a história de um menino normal". (Que maneira mais curiosa de se começar um causo!) Vou contar como se deu.
     Foi exatamente assim: num dia comum, com pessoas fazendo coisas comuns, nenhuma data especial, nasce um menino absolutamente normal. Nenhum dos médicos ou enfermeiros ficou admirado com aquela cirurgia normal, corriqueira. A criança não possuía nada admirável, não tinha uma beleza extraordinária, nada que fizesse dele um fenômeno. Era um menino absolutamente normal, como todos os que nascem a toda hora.
     O menino cresceu. A partir daí, algo nele começou a chamar a atenção. Era um artista, um palhaço de circo! Por onde passava com sua trupe, levava alegria e fantasia, colecionava sorrisos e olhares totalmente vidrados em cada movimento que ele fazia. Como aquele palhaço era extraordinário! Não era um palhaço comum, normal... Era diferente. Chamava a atenção por onde passava. Ele era realmente notável.
     Mas havia algo que incomodava aquele palhaço. Em cada show que fazia, não importava em que lugar estivesse, havia um menino na platéia que nunca sorria. Ele também não sabia explicar, mas este menino estava sempre lá. Por causa da sua fama e do assédio ao final de cada espetáculo, o palhaço nunca conseguia falar com o menino. Também havia notado que ele sempre estava sozinho. Estranho também era o fato de não conseguir ver os traços do infante nitidamente. Só prevenida que ele não sorria, mas sempre que tentava fixar o olhar no menino, sua visão embaçava. Será que estava com a visão cansada?
     Toda noite, ao deitar-se para dormir, a imagem daquele menino vinha à sua mente. Como que ele, o palhaço mais famoso da região não era capaz de fazer um simples menino sorrir. Um leve esboçar de um sorriso seria suficiente. Mas não... E aquele olhar? Por que aquele vazio no olhar? E continuava pensando, buscando respostas até adormecer, enfim...
     O palhaço continou seu trabalho, afinal, sua missão era essa: ser o "embaixador da alegria" por onde fosse. E, como sempre, a casa estava cheia naquela noite. O palhaço havia anunciado um novo espetáculo, algo que nunca havia feito. (Pensava, assim, chamar a atenção do menino triste e tentar uma aproximação). E num determinado momento do show, o palhaço começou a contar uma história triste... Assim, de improviso. Que coisa inusitada um palhaço contar histórias para chorar! No mínimo viria uma piada no final! Começou a contar "a história de um menino normal, que teve uma infância normal, numa família normal"... Com todos os gracejos que a sua profissão exigia, o palhaço continuou sua história... Até que chegou ao ponto crucial: "o menino normal apaixonou-se por uma menina especial na escola. Era a menina mais bonita, a mais inteligente, todos a admiravam... O menino decidiu escrever uma cartinha para ela e como resposta, recebeu um bilhete marcando um encontro no posso da escola no dia seguinte".
     Nesse momento, a platéia estava entusiasmada, esperando o que viria pela frente. O palhaço dirigiu o olhar para a platéia em busca do menino triste. Lá estava ele, como sempre! Então, continuou: "no dia seguinte, na hora marcada, o menino normal foi ao encontro da menina especial. Qual não foi sua surpresa quando viu o pátio cheio, a menina ria dele, lendo as palavras que escrevera para ela"...
     Neste momento, o palhaçofez uma pausa. Alucinadamente, flashes começaram a surgir na sua cabeça. Aquela história tinha mesmo acontecido! Espera! Aquele menino... Era aquele menino! O mesmo menino triste que tanto o incomodava... Ele era o menino normal! A platéia aguardava ansiosa o desenrolar da história, mas o palhaço permanecia imóvel; ele estava vendo todo que acontecera naquele dia com o menino triste, que diante da vergonha, apenas sorriu como os outros, fazendo piada de si mesmo. Começou a dançar em volta da menina, reverteu a história a seu favor de tal forma que agora todos riam da menina especial! Aquele menino saiu dali, zombeteiro, pulando alegremente, mas ninguém viu seus olhos marejados, muito menos o choro amargo no caminho de volta para casa.
     A platéia começou um burburinho estranho, ninguém entendia nada... O palhaço olha para a platéia e procura o menino triste. Qual não foi sua surpresa ao ver no rosto daquele menino sua própria imagem! O palhaço levantou-se e, com voz embargada, simplesmente disse: "Aquele palhaço, caros ouvintes (seu olhar fito no menino), era esse menino que vos fala!". Viu então o menino, agora maquiado e com nariz de palhaço, levantar-se e sair. E o palhaço finalmente saiu de cena, simplesmente como um menino, aplaudido de pé por sua fiel e emocionada platéia, recebendo os últimos aplausos de sua carreira.
     Agora começa a história de um homem normal.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Vida que segue

     É... Hoje foi um dia daqueles... Um dia perfeito... Perfeito para ser esquecido! Foi bomba atrás de bomba, uma decepção maior que outra e milhares de palavras e cenas "voando" na minha cabeça, como confetes durante um furacão.
     Estou tentando assimilar tudo, mas acho que não quero mais... Assimilar pra quê? Para armazenar no meu banco de dados? Meu HD está com vírus: fica toda hora abrindo arquivos que não quero ver, que achava até que tinha apagado. É incontrolável...
     Nesse momento, é impossível não pensar em Deus. Mas é um pensar questionador, na tentativa de entender o porquê de tanta turbulência, de tanta avalanche, de tanta tempestade. Infelizmente, não tenho as respostas que gostaria no momento em que julgo ser o "certo". Tenho que esperar mesmo, não tem jeito. Mas, até chegar o momento... a vida segue...
     Só sei de uma coisa: esse mundo está "pequeno" demais para mim. Não caibo mais aqui, não me encaixo em lugar nenhum, em relacionamento nenhum, em ninguém. Amizades não são como antigamente, e me refiro a um ontem não muito distante. Se o amor de muitos esfriará, a consideração ao próximo já congelou. Mentiras e tapinhas nas costas são mais comuns a cada dia. O carnaval acabou e o povo apenas renova as máscaras, tiram os paetês e substituem por sorrisos irônicos e olhares falsos, sem muito brilho, para não chamar atenção.
     Mas essa é a vida que segue? Pode-se chamar "isso" de vida? Bom, chame como quiser, mas a vida que eu quero está longe disso... E o que me conforta é saber que está chegando o dia de vivê-la, enfim... E que venha o quanto antes...
    

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Vida-breve-vida

     No último domingo, fomos surpreendidos logo pela manhã com a triste notícia de um incêndio numa boate em Santa Maria. Durante todo o dia, em todos os telejornais, a notícia era sempre a mesma... Impossível não parar para refletir e sentir a dor dessas famílias que perderam seus bens mais preciosos. Filhos, jovens ainda, cheios de sonhos e vida, razão da vida de seus pais, agora se foram... "— Mas como é possível? Ontem eles estavam aqui, cantando, rindo, brincando, discutindo..."
     E o que é a vida? É o simples fato de respirar? A vida é o "estar vivo", tão somente? E o que é estar vivo?
     São muitas perguntas e inúmeras respostas... Dizem que Gonzaguinha fez essa pergunta a várias pessoas antes de compor o clássico "O que é, o que é?" Quem não conhece ou jamais cantarolou "Viver e não ter a vergonha de ser feliz..."? Nessa mesma canção podemos ver as respostas, mas não dá para escolher uma apenas. A vida é uma soma de momentos, de situações, de oportunidades, de altos e baixos. Mas chegamos ao seguinte ponto comum: a vida é breve. Se pensássemos nisso todos os dias, talvez aproveitássemos melhor as oportunidades, ou fizéssemos as escolhas com mais responsabilidade. O grande erro é crer que somos imortais, que acidentes e fatalidades só acontecem com os outros.
     Sinceramente, fiquei profundamente comovida com essa tragédia e com a forma terrível como se deu. Talvez pela juventude/vida presente em cada vítima, ou por me ver em cada uma delas, se é que me entendem. Vida e morte andam juntas, e a cada passo que damos, um abismo se coloca entre eles. Para morrer, basta estar vivo... Mas duvido que esses pais "vivam" depois desse dia 27/01/2013...

     "Faze com que saibamos como são breves os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio". (Salmos 90.12)

C.C.B

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

É o que temos para hoje!

      Acordei enjoada hoje... Normalmente, não sou a pessoa mais bem humorada ao acordar, mas hoje acordei com um sentimento de desconforto na alma... Não aconteceu nada que desencadeasse essa reação, mas sabe quando um pensamento puxa o outro, algumas lembranças vêm, você começa a ter outra visão sobre o que se passou...? Então, foi isso. Ainda estou tentando achar o ponto, o click que me despertou para refletir sobre algumas coisas... Ainda não sei o que foi, acho que a essa altura, nem tem mais tanta importância...
     Lembro da minha infância, adolescência e de como fui apagada. Isso mesmo! Eu era aquele chuchu na sopa, não fazia muita diferença em lugar nenhum. Por incrível que pareça, essa era a visão que eu tinha naquele momento. Por ter uma visão absoluta de quem eu era, não conseguia ver o que se passava ao redor, as palavras de apoio que recebia, os incentivos, os elogios... Um exemplo? Sempre cantei. Nunca fui um fenômeno, mas cantava na igreja, em casa, nas competições da EBF (Escola Bíblica de Férias), no coro dos adolescentes. E o que eu pensava de mim? Não preciso nem dizer, né? Outras coisas, como desenhar, tocar violão, escrever, também eram prazerosas para mim, mas nunca me vi um grande nome em qualquer dessas atividades.
     Hoje fico observando as pessoas que precisas se autoafirmar o tempo todo, muitas vezes apoiando-se em outras pessoas, usando o sobrenome da família, um parentesco, etc? "Olá, prazer! Sou sobrinho de Fulano de Tal, o prefeito." É assim que algumas pessoas se apresentam. É como se não tivessem nada a oferecer além de um parentesco influente. Não sei como definir o que eu sinto quando vejo isso! Me dá náuseas!
     Por outro lado, é revoltante quando as pessoas te julgam por pertencer a esta ou aquela família, por andas que aqueles amigos ou conversar com aquele grupo, por frequentar esta igreja ou a igreja de fulano. Eu não sou minha família, nem minha igreja, nem meus amigos. Eu sou EU, com meus defeitos, com minhas falhas e qualidades, também. Se fosse assim, todo morador de comunidade seria um bandido. Ou todo morador de bairros nobres também é NOBRE. Ah, isso não é o que acontece, vamos concordar! As fofocas e intrigas surgem assim: falam de alguém pra você, e VOCÊ, baseado na família da pessoa (do seu histórico "pecaminoso", das histórias que já ouviu) acredita cegamente no que está ouvindo. Se um pastor foi acusado de roubo, todos os pastores são ladrões! E por aí vai...
     Sou assim, cheia de defeitos. Não gosto de receber elogios, fico incomodada com eles. Não é "falsa modéstia", porque acredito que toda modéstia é falsa. Conheço minhas virtudes e meus defeitos, não sou santa, muito menos perfeitinha. Brinco e aceito brincadeiras, desde que seus limites sejam respeitados. Amo minha família, meus amigos, meus gatos... Ainda gosto de cantar, embora saiba que não sou "The Voice" de lugar nenhum, mas canto melhor que um bodado de "ídolos". Tenho medo de aranha, mas mato cobra e ratos, até barata! Estou sozinha, mas não desesperada. Meu momento não me permite muitas aventura, meu foco é outro. Abomino essas piadinhas em relação à vida sentimental de qualquer pessoa: ninguém sabe o que se passa no coração do outro. Poderia falar muito mais a respeito de mim, mas não o farei. Se quer saber quem sou, venha me conhecer.
     É o que temos pra hoje.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A menina da janela (Parte 4)

     Os dias se passaram lentamente após receber a carta de Perfeito. Infelizmente o tempo não para. Inocência trancou-se em sua casa e em si mesma, não teve forças para levantar-se do chão, mal comia e bebia, não fosse a insistência de sua vizinha, Esperança.
     Acostumada a ver Inocência cuidando de suas flores todas as manhãs, Esperança estranhou a ausência da moça. Perguntou aos vizinhos se ela havia viajado. Foi até a saída da cidade para saber se havia passado por lá. A informação que recebeu foi a de que um moço muito bonito havia tomado a estrada e, pela descrição, Esperança soube que era Perfeito. Voltou até à casa de Inocência, chamou insistentemente por ela, e ouviu sua voz embargada dizendo que "estava bem". Obviamente, Esperança não acreditou. E tinha razões para não acreditar.
     Esperança era uma senhora muito "jovial". Estava sempre com um sorriso amável no rosto, não importava a situação: estava sempre sorrindo. Era considerada a conselheira da Vida, todos a procuravam quando estavam tristes e desesperados. Suas palavras sempre traziam alento aos que a procuravam. Esperança era sinônimo de conforto e amizade...
     Quando soube que Perfeito havia partido da cidade, Esperança lembrou-se de tantos casos parecidos que já presenciou... Sabia o que Inocência estava sentindo... Por isso, era necessário ter muita paciência e persistência para ajudar a pobre moça... E foi assim que conseguiu entrar e falar com Inocência. A pobrezinha, sentada em um canto do quarto, estava pálida, enfraquecida, os olhos inchados de tanto chorar. O que dizer num momento desses? Pela sua experiência, Esperança já sabia o que fazer: simplesmente sentou-se ao lado de Inocência e sem dizer uma só palavra, acolheu a menina em seus braços.
     Aos poucos, Esperança convencia Inocência a alimentar-se, a levantar-se do estado de prostração, a voltar a "viver"... Era um processo delicado e Esperança sabia muito bem. Sem forçá-la a nada, tentava mostrar que Vida continuava ali e que não parou apesar de Inocência ter se trancado em si. A doce Inocência ouvia suas palavras, sabia que Esperança tinha razão, mas não conseguia reagir... A desilusão e decepção foram grandes demais para seu frágil coração que manteve há tanto tempo preservado. Quando finalmente resolveu entregá-lo a alguém, este o destruiu completamente. E lidar com essa lembrança não era nada fácil.
     Numa dessas manhãs, Inocência teve uma surpresa: uma figura sorridente entrava pela porta do seu quarto, cantando e dançando. Que cheiro era aquele? Era tão familiar... Era ela, Esperança! "O que era aquilo em sua cabeça?", pensava Inocência e, como se houvesse lido seus pensamentos, Esperança lhe diz:

   "Veja essa coroa de flores, Inocência! Você não as reconhece? São as suas flores!
     Cuidei delas enquanto você estava aqui... Veja! Elas floresceram! Venha! É Primavera!"

     E continuou a dançando e cantando.
     Inocência sorriu...
     Algo começou a mudar...