segunda-feira, 28 de março de 2011

Carvão

Surgiu como um clarão


Um raio me cortando a escuridão


E veio me puxando pela mão, por onde não imaginei seguir


Me fez sentir tão bem, como ninguém


E eu fui me enganando, sem sentir


E fui abrindo portas sem sair, sonhando às cegas, sem dormir


Não sei quem é você...



O amor, em seu carvão, foi me queimando em brasa no colchão


E me partiu em tantas pelo chão


Me colocou diante de um leão


O amor me consumiu, depois sumiu


E eu até perguntei, mas ninguém viu


E fui fechando o rosto sem sentir


E mesmo atenta, sem me distrair


Não sei quem é você...


No espelho da ilusão, se retocou pra outra traição


Tentou abrir as flores do perdão


Mas bati minha raiva no portão


E não mais me procure sem razão


Me deixe aqui e solta a minha mão


E fui fechando o tempo, sem chover


Fui fechando os meus olhos pra esquecer


Quem é você...


Quem é você?

sábado, 19 de março de 2011

Baile de máscaras

Fim de carnaval, sinônimo de volta às atividades normais, ou seja, a boa e velha "rotina-nossa-de-todo-dia". Para quem desfila em escolas de samba, blocos e afins, é hora de guardar as fantasias e máscaras, de reunir forças para encarar o trabalho, muitas vezes sem a algria que demonstrava sentir nesses dias de festa, certo?

Pois é, apesar do feriado ter chegado ao fim, o "tirar a máscara" não é imperativo na vida de algumas pessoas. Claro que será muito difícil encontrar alguém indo trabalhar com a máscara do "Ronaldinho"! Falo das máscaras invisíveis, aquelas que até mesmo nós usamos e às quais recorremos em determinado momento da vida. Um exemplo? Você acaba de receber a notícia de que sua mãe ou seu filho está gravemente doente. Então, para passar forças para esta pessoa, você veste uma máscara de "vai dar tudo certo". Em outras situações, você se encontra diante da pessoa a quem ama e ela te fere com palavras e você... "Isso acontece, está tudo bem". Poderia citar vários exemplos, mas esse não é o problema. A grande questão é que MÁSCARAS NÃO DURAM PARA SEMPRE. Em algum momento ela vai cair ou você vai precisar tirar.

Quem nunca se decepcionou com alguém, descobrindo que essa pessoa não era exatamente quem você pensava ser ou a pessoa que se mostrava para você? Máscaras foram feitas para serem provisórias, não podem ser usadas para sempre. Ainda que alguém faça uma cirurgia plástica, mudando completamente seu rosto, sua essência permanecerá viva e talvez fale mais alto do que aquilo que se mostra. Andamos todos os dias por diversos lugares, pessoas e mais pessoas passam por nós com suas máscaras, como num grande baile de carnaval. E você? Prefere se mostrar ou vai esperar que sua máscara caia, enfim?

quarta-feira, 9 de março de 2011

Sermão da Sexagésima

Estudando para uma prova, li esse trecho de um sermão do Padre Antônio Vieira e achei maravilhoso. Espero que gostem e reflitam nessas palavras.
Pregado na Capela Real (Lisboa), em março de 1655.

"Será porventura o não fazer fruto hoje da palavra de Deus, pela circunstância da pessoa? Será porque antigamente os pregadores eram santos, eram varões apostólicos exemplares, e hoje  os pregadores são eu e outros como eu? Boa razão é esta. A definição do pregador é a vida e o exemplo. Por isso Cristo no Evangelho não o comparou ao semeador, senão ao que semeia. Reparai. Não diz Cristo: Saiu a semear o semeador, senão, saiu a semear o que semeia. Entre o semeador e  o que semeia há muita diferença: uma coisa é o soldado, e outra coisa o que peleja; uma coisa é o governador, e outra coisa o que governa. Da mesma maneira, uma coisa é o semeador, e outra coisa o que semeia; uma coisa é o pregador, outra coisa o que prega. O semeador e o pregador é nome; o que semeia e o que prega é ação; e as ações são as que dão ser ao pregador. Ter nome de pregador, ou ser pregador de nome não importa nada; as ações, a vida, o exemplo, as obras são as que convertem o mundo. o melhor conceito que o pregador leva ao púlpito, qual cuidais que é? É o conceito que de sua vida têm os ouvintes. Antigamente convertia-se o mundo, hoje por que não se converte ninguém? Porque hoje pregam-se palavras e pensamentos, antigamente pregavam-se palavras e obras. Palavras sem obras são tiro sem bala; atroam, mas não ferem. A funda de Davi derrubou o gigante, mas não o derrubou com o estalo, senão com a pedra. As vozes da harpa de Devi lançavam fora os demônios do corpo de Saul, mas não eram vozes pronunciadas com a boca, eram vozes formadas com a mão. Por isso Cristo comparou o pregador ao semeador. O pregar, que é falar, faz-se com a boca; o pregar, que é semear, faz-se com a mão. Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras. Diz o Evangelho que a palavra de Deus frutificou cento por um. Que quer isto dizer? Quer dizer que de uma palavra nasceram cem palavras? Não. Quer dizer que de poucas palavras nasceram muitas obras. Pois palavras que frutificam obras, vede se podem ser só palavras!"

sábado, 5 de março de 2011

Primeira essência - Aline Barros

Estou no meu jardim,
Tranquei a porta, abri meu coração
Reguei minhas raízes com minhas lágrimas
Gotas de adoração

Senhor, não quero que os meus olhos
Percam o brilho do primeiro amor por ti
Não quero que em mim se perca
O desejo de te adorar

Vem, Senhor, e me resgata todos os dias
Só pra te adorar
Quero ser teu bom perfume, primeira essência
Jardim particular